SCLMarrazesJovem Deu entrada há já algum tempo na Câmara Municipal de Leiria um projecto de arrelvamento e requalificação do Campo da Mata nos Marrazes. Este projecto é viável? Para além disso, teremos um campo sintético de Futebol 7 junto ao novo campo na chamada Aldeia do Desporto?
Carlos Valente Gostava de pegar nesta questão bastante pertinente para esclarecer algumas dúvidas e também alguns aspectos que entendo serem importantes. A viabilidade deste ou de outros projectos reside na forma e da forma como os apresentamos, já que estes só serão exequíveis ou apoiados desde que estejam reunidos os pressupostos que compõem o conjunto de critérios necessários à sua execução. E aqui, se me permitem, levanto algumas questões para reflexão. Desde 1995 que anda a ser prometido um relvado ao clube. Porquê tantos avanços e recuos? Fez-se um peditório para relvar um campo, para quê? Que resultados obtivemos? Alguém conhecia verdadeiramente as limitações do património do clube? Pensou-se nalguma estratégia clara e objectiva para atingir a exequibilidade daquilo que se propunha realizar? E os processos burocráticos, documentos que atestam os direitos do clube, foram elaborados? E as garantias para o financiamento, tais como as bases de sustentabilidade que suportariam o investimento, foram trabalhadas? Sem querer aprofundar, para não ferir susceptibilidades, penso que estas são questões básicas que ninguém deu ou soube dar a resposta, mas que nos serviram para traçar uma linha de orientação. Confesso que foi e é aqui que gasto algumas horas da noite, a pensar e a definir estratégias. E também vos digo com toda a frontalidade que existe muita gente (até pessoas que estão dentro do clube) que falam daquilo que não sabem, e isso tem tido um efeito de entrave. Acho que devemos ser mais racionais e calculistas na forma como pensamos, agimos e actuamos. Respondendo às questões colocadas, diria que o projecto para o arrelvamento sintético do Campo da Mata foi apresentado à Câmara Municipal de Leiria, ao abrigo do Plano de Apoio Desportivo – PAD – para as infra-estruturas desportivas. Andámos com a “carroça à frente dos bois” propositadamente, mas agimos face à garantia dada pela Sr.ª Presidente da Junta de Freguesia, com a atribuição ao clube dos direitos de superfície do terreno, figura jurídica que viabilizará a candidatura e a exequibilidade da obra. O campo de futebol sete também vai ser uma realidade, embora, a proposta inicial seja um piso pelado, já aconselhámos a Junta de Freguesia à aplicação de um relvado sintético. Para finalizar e de forma evasiva digo-vos que não esqueço nem dou por esquecido o campo principal do SCL Marrazes, a nossa jóia da coroa. Pode parecer esquecido, mas garanto-vos que não.
SCLMJ O regresso de Gonçalo Moleirinho é uma das suas bandeiras. Em que medida é que este regresso é uma mais-valia para o SCL Marrazes?
CV Gonçalo Moleirinho corresponde ao perfil do técnico por mim idealizado e divulgado aos treinadores do Departamento de Futebol Juvenil na primeira reunião que tive, quando aqui cheguei. O Gonçalo é sinónimo de qualidade na organização que pretendo implementar. Será confiança no desempenho, peça importante e fundamental para o desenvolvimento do projecto que tenho para o SCL Marrazes, especialmente para a área da Formação e em particular o futebol. Os conceitos de futebol moderno para mim têm que ser pensados, estudados de outra forma, na forma de quem tem conhecimentos para os desenvolver. Neste caso, estamos a trabalhar nos pilares que sustentarão todo o processo organizativo e que a curto prazo muitos frutos vão dar. O nosso clube é por excelência um viveiro natural de jogadores, mas necessita, do meu ponto de vista, de maior estabilidade no que se refere à concepção de uma metodologia continuada, dar passos seguros para atingir níveis de qualidade superior. Ao possuirmos melhores infra-estruturas, melhores condições de trabalho e bom planeamento estratégico estaremos a dirigir-nos para a rota do meu sonho que é a criação do Centro de Formação Desportiva. Agora, pensem comigo, se possuirmos um edifício com salas de aulas (olhem para a nossa sede), campos relvados q.b. e um quadro técnico devidamente credenciado, imaginem as coisas boas que brevemente todos juntos conseguiremos. Numa outra visão, o clube deve respeitar o passado e as pessoas que em determinado espaço no tempo, muito de si deram em prol das actividades que se foram desenvolvendo. Contudo, o evoluir da sociedade com novas exigências obriga também que as instituições se dinamizem de forma qualitativa para dar respostas a situações que emergem dessa conjuntura e, no meu entendimento, esse desenvolvimento surge com a introdução de novas ideias, sustentadas em conhecimento teórico-prático, muita ambição, força de vontade e alguma irreverência. Ao mesmo tempo, no SCL Marrazes os técnicos deverão possuir um determinado perfil, têm de estar identificados com o modelo de jogo que começa a ser introduzido nas escolas, aplicado e desenvolvido de forma progressiva de escalão em escalão até ao escalão sénior. A identificação, a prospecção e o acompanhamento permanente dos novos valores deverão estar sempre presentes no desenvolvimento deste projecto e, como é óbvio, tais acções necessitarão de quem assuma a sua coordenação.
SCLMJ É uma pessoa com uma visão empreendedora e com ideias interessantes. Que projectos tem ainda por concretizar no nosso clube?
CV Dentro daquilo que é a reorganização técnica e administrativa entendo que o SCL Marrazes deve ser modelar e possuir um quadro de pessoal intermédio que funcione como o grande suporte do seu normal funcionamento. Este quadro deverá funcionar como um sector produtivo, produzindo serviços que serão um meio de rentabilização que o clube disporá. Quando falo de serviços, refiro-me àquilo que são as necessidades das famílias, ocupação de tempos livres, campos de férias, serviços de transportes, oferta de novas modalidades, aqueles que já implementámos e já começam a dar proveitos. No entanto, quero mais e melhor qualidade. Se os pressupostos do Centro de Formação Desportiva que atrás falei forem realizados, avançaremos para certificação da escola, daí ter consecutivamente alertado para a necessidade dos treinadores frequentarem cursos de especialização. Devemos apostar num conceito metodológico que permita andar naturalmente dentro dos padrões qualitativos assumidos e ambicionar sempre mais, invertendo naturalmente as tendências. Quero com isto dizer que o clube, por exemplo, na vertente futebol poderá produzir eventos e estes eventos bem organizados serão claramente uma fonte de receita. Sem rodeios, alimento a esperança de que aquilo que particularmente fui observando, quer a nível internacional, quer a nível nacional é aquilo que gostaria de ver este clube produzir, invertendo a tendência do clube meramente participante passando para clube organizador. Gostava que aqueles que colaboram connosco tivessem a oportunidade que eu tive de vir a conhecer essas realidades, e garanto que tudo farei para poder vir a proporcionar-lhes a absorção desses conhecimentos. Para além da reorganização técnico-operacional sob o ponto de vista logístico no futebol, existem ainda alguns projectos que brevemente vão começar a andar. Refiro-me ao Gabinete de Planeamento Desportivo, ao Ginásio, o Museu, o Bar do Clube, a Cyber-room, o novo site do clube, o projecto para o auditório na Sede e a implementação comercial da marca Marrazes no mercado, pois existem alguns produtos que podemos comercializar porque temos mercado para eles e, de forma segura e clara, serão fonte de receita para o clube. Dou o exemplo do vinho – Marrazes – que neste momento e, após o registo da marca, poderá ser estabelecido uma parceria com uma adega cooperativa que fornecerá um produto de qualidade cuja montra poderão, eventualmente, ser os restaurantes da freguesia. E depois de tudo isto, há que garantir a estabilidade e sustentabilidade de todo este edifício.
SCLMJ Em Julho de 2009, encerrará um ciclo sob o leme de Carlos Valente ou pretenderá continuar a dirigir os destinos do clube por mais outro mandato?
CV Hoje, conhecendo melhor o meu clube no seu interior, a visão externa daquilo que são organizações, associadas ao “know-how” que ao longo dos tempos fui adquirindo, entendo que fizemos apenas alguns pequenos ajustes nas bases, pequenos ajustes que, necessariamente, serão o suporte da estabilização. Acho que podemos e devemos fazer ainda mais. Respondendo à questão principal e olhando para Julho de 2009, à distância que nos encontramos, tenho a certeza que quando lá chegar não estarei em termos pessoais satisfeito – esta é a minha maneira de estar e ser – pois ambiciono sempre mais. Há uma garantia que deixo aos sócios, não sou, nem serei, o eterno dono da cadeira, estou e estarei até quando eles quiserem, no entanto, jamais deixarei de defender os princípios de estabilidade e as garantias de continuidade deste ou de outro projecto que sinta salvaguardarem os superiores interesses do SCL Marrazes, mesmo que tenha de tomar medidas impopulares, não vacilarei em defender esses interesses. Por outro lado, também tenho consciência de que com o desenvolvimento e visibilidade do clube a cobiça pelo lugar vai ser imensa e intensa, outras ideias vão aparecer, outras pessoas vão surgir, chuvas de críticas poderão, eventualmente, cair em cima de mim, estarei sujeito a actos desleais, mas, no fim, quando chegar o momento sairei, sem que seja necessário empurrarem-me. Saberei sair feliz e de consciência tranquila com espírito de dever cumprido.
SCLMJ Coincidência ou não, a presença do Presidente no banco de suplentes nos últimos jogos da equipa sénior na Divisão de Honra foi simultânea com a recuperação da equipa e respectiva obtenção da permanência. As más-línguas falam de promiscuidade entre si e a arbitragem e a própria AFL. Como reage a este tipo de declarações?
CV Sinceramente acho tudo isso são manobras de diversão – “fait divers” – onde se fala demais, daquilo que não se sabe e não é verdade, depois, inventam-se histórias sem fundamento absolutamente nenhum. Habitualmente, este tipo de boatos, surgem daqueles que por razões de insucesso pessoal ou colectivo imputam responsabilidades aos outros de forma ignóbil. Calhou-me a mim ou a nós. Quem me conhece sabe que não sou pessoa de promiscuidades, sabe que sou pessoa que cumpre regras e dá a razão a quem a tem. A forma íntegra de estar na vida aprendia-a neste clube, actuo e actuarei sempre na base do princípio do respeito mútuo e bom senso. O presidente do SCL Marrazes, como qualquer outro presidente de um outro clube qualquer tem acesso ao banco de suplentes, portanto, não vejo porque não podia ou posso lá estar. O mérito da manutenção e o sucesso nos resultados desportivos de que tanto se falou e fala deve-se única e exclusivamente ao empenho, vontade e crer dos jogadores do SCL Marrazes. Eles, para mim, foram excepcionais, hoje são cada vez mais especiais, são únicos e vai ser por essa mesma razão que, nesta época que vai começar, vão calar muita gente. Embora não tendo nada a provar a quem acredita neles, sem pressões, com tranquilidade, no final da próxima época colaremos o dedo indicador junto ao nariz. Para finalizar, acho que é um assunto a enviar para o arquivo, as más-línguas, em termos pessoais, têm para mim um efeito inócuo, pois costumo dizer que o SCL Marrazes é grande demais para se preocupar com coisas menores.
SCLMJ O SCL Marrazes é e será indissociável da sua vida. Sem hiperbolizar, já é uma personalidade incontornável da história do clube. Com tudo isto, que significado tem para si o SCL Marrazes?
CV Marrazes é um clube de gerações. Nós somos mais uma geração deste mítico clube, e nesta geração à qual eu pertenço quero e desejo que ela se sinta eternamente orgulhosa de mim. Do grupo de irredutíveis do passado, absorvi a mística do ser irredutível no presente. Hoje, orgulhosamente, transmitirei ao meu filho a nossa irredutível maneira de estar e ser, para com ele no futuro a senda continuar. Nós somos simplesmente e orgulhosamente Marrazes.
Carlos Valente Gostava de pegar nesta questão bastante pertinente para esclarecer algumas dúvidas e também alguns aspectos que entendo serem importantes. A viabilidade deste ou de outros projectos reside na forma e da forma como os apresentamos, já que estes só serão exequíveis ou apoiados desde que estejam reunidos os pressupostos que compõem o conjunto de critérios necessários à sua execução. E aqui, se me permitem, levanto algumas questões para reflexão. Desde 1995 que anda a ser prometido um relvado ao clube. Porquê tantos avanços e recuos? Fez-se um peditório para relvar um campo, para quê? Que resultados obtivemos? Alguém conhecia verdadeiramente as limitações do património do clube? Pensou-se nalguma estratégia clara e objectiva para atingir a exequibilidade daquilo que se propunha realizar? E os processos burocráticos, documentos que atestam os direitos do clube, foram elaborados? E as garantias para o financiamento, tais como as bases de sustentabilidade que suportariam o investimento, foram trabalhadas? Sem querer aprofundar, para não ferir susceptibilidades, penso que estas são questões básicas que ninguém deu ou soube dar a resposta, mas que nos serviram para traçar uma linha de orientação. Confesso que foi e é aqui que gasto algumas horas da noite, a pensar e a definir estratégias. E também vos digo com toda a frontalidade que existe muita gente (até pessoas que estão dentro do clube) que falam daquilo que não sabem, e isso tem tido um efeito de entrave. Acho que devemos ser mais racionais e calculistas na forma como pensamos, agimos e actuamos. Respondendo às questões colocadas, diria que o projecto para o arrelvamento sintético do Campo da Mata foi apresentado à Câmara Municipal de Leiria, ao abrigo do Plano de Apoio Desportivo – PAD – para as infra-estruturas desportivas. Andámos com a “carroça à frente dos bois” propositadamente, mas agimos face à garantia dada pela Sr.ª Presidente da Junta de Freguesia, com a atribuição ao clube dos direitos de superfície do terreno, figura jurídica que viabilizará a candidatura e a exequibilidade da obra. O campo de futebol sete também vai ser uma realidade, embora, a proposta inicial seja um piso pelado, já aconselhámos a Junta de Freguesia à aplicação de um relvado sintético. Para finalizar e de forma evasiva digo-vos que não esqueço nem dou por esquecido o campo principal do SCL Marrazes, a nossa jóia da coroa. Pode parecer esquecido, mas garanto-vos que não.
SCLMJ O regresso de Gonçalo Moleirinho é uma das suas bandeiras. Em que medida é que este regresso é uma mais-valia para o SCL Marrazes?
CV Gonçalo Moleirinho corresponde ao perfil do técnico por mim idealizado e divulgado aos treinadores do Departamento de Futebol Juvenil na primeira reunião que tive, quando aqui cheguei. O Gonçalo é sinónimo de qualidade na organização que pretendo implementar. Será confiança no desempenho, peça importante e fundamental para o desenvolvimento do projecto que tenho para o SCL Marrazes, especialmente para a área da Formação e em particular o futebol. Os conceitos de futebol moderno para mim têm que ser pensados, estudados de outra forma, na forma de quem tem conhecimentos para os desenvolver. Neste caso, estamos a trabalhar nos pilares que sustentarão todo o processo organizativo e que a curto prazo muitos frutos vão dar. O nosso clube é por excelência um viveiro natural de jogadores, mas necessita, do meu ponto de vista, de maior estabilidade no que se refere à concepção de uma metodologia continuada, dar passos seguros para atingir níveis de qualidade superior. Ao possuirmos melhores infra-estruturas, melhores condições de trabalho e bom planeamento estratégico estaremos a dirigir-nos para a rota do meu sonho que é a criação do Centro de Formação Desportiva. Agora, pensem comigo, se possuirmos um edifício com salas de aulas (olhem para a nossa sede), campos relvados q.b. e um quadro técnico devidamente credenciado, imaginem as coisas boas que brevemente todos juntos conseguiremos. Numa outra visão, o clube deve respeitar o passado e as pessoas que em determinado espaço no tempo, muito de si deram em prol das actividades que se foram desenvolvendo. Contudo, o evoluir da sociedade com novas exigências obriga também que as instituições se dinamizem de forma qualitativa para dar respostas a situações que emergem dessa conjuntura e, no meu entendimento, esse desenvolvimento surge com a introdução de novas ideias, sustentadas em conhecimento teórico-prático, muita ambição, força de vontade e alguma irreverência. Ao mesmo tempo, no SCL Marrazes os técnicos deverão possuir um determinado perfil, têm de estar identificados com o modelo de jogo que começa a ser introduzido nas escolas, aplicado e desenvolvido de forma progressiva de escalão em escalão até ao escalão sénior. A identificação, a prospecção e o acompanhamento permanente dos novos valores deverão estar sempre presentes no desenvolvimento deste projecto e, como é óbvio, tais acções necessitarão de quem assuma a sua coordenação.
SCLMJ É uma pessoa com uma visão empreendedora e com ideias interessantes. Que projectos tem ainda por concretizar no nosso clube?
CV Dentro daquilo que é a reorganização técnica e administrativa entendo que o SCL Marrazes deve ser modelar e possuir um quadro de pessoal intermédio que funcione como o grande suporte do seu normal funcionamento. Este quadro deverá funcionar como um sector produtivo, produzindo serviços que serão um meio de rentabilização que o clube disporá. Quando falo de serviços, refiro-me àquilo que são as necessidades das famílias, ocupação de tempos livres, campos de férias, serviços de transportes, oferta de novas modalidades, aqueles que já implementámos e já começam a dar proveitos. No entanto, quero mais e melhor qualidade. Se os pressupostos do Centro de Formação Desportiva que atrás falei forem realizados, avançaremos para certificação da escola, daí ter consecutivamente alertado para a necessidade dos treinadores frequentarem cursos de especialização. Devemos apostar num conceito metodológico que permita andar naturalmente dentro dos padrões qualitativos assumidos e ambicionar sempre mais, invertendo naturalmente as tendências. Quero com isto dizer que o clube, por exemplo, na vertente futebol poderá produzir eventos e estes eventos bem organizados serão claramente uma fonte de receita. Sem rodeios, alimento a esperança de que aquilo que particularmente fui observando, quer a nível internacional, quer a nível nacional é aquilo que gostaria de ver este clube produzir, invertendo a tendência do clube meramente participante passando para clube organizador. Gostava que aqueles que colaboram connosco tivessem a oportunidade que eu tive de vir a conhecer essas realidades, e garanto que tudo farei para poder vir a proporcionar-lhes a absorção desses conhecimentos. Para além da reorganização técnico-operacional sob o ponto de vista logístico no futebol, existem ainda alguns projectos que brevemente vão começar a andar. Refiro-me ao Gabinete de Planeamento Desportivo, ao Ginásio, o Museu, o Bar do Clube, a Cyber-room, o novo site do clube, o projecto para o auditório na Sede e a implementação comercial da marca Marrazes no mercado, pois existem alguns produtos que podemos comercializar porque temos mercado para eles e, de forma segura e clara, serão fonte de receita para o clube. Dou o exemplo do vinho – Marrazes – que neste momento e, após o registo da marca, poderá ser estabelecido uma parceria com uma adega cooperativa que fornecerá um produto de qualidade cuja montra poderão, eventualmente, ser os restaurantes da freguesia. E depois de tudo isto, há que garantir a estabilidade e sustentabilidade de todo este edifício.
SCLMJ Em Julho de 2009, encerrará um ciclo sob o leme de Carlos Valente ou pretenderá continuar a dirigir os destinos do clube por mais outro mandato?
CV Hoje, conhecendo melhor o meu clube no seu interior, a visão externa daquilo que são organizações, associadas ao “know-how” que ao longo dos tempos fui adquirindo, entendo que fizemos apenas alguns pequenos ajustes nas bases, pequenos ajustes que, necessariamente, serão o suporte da estabilização. Acho que podemos e devemos fazer ainda mais. Respondendo à questão principal e olhando para Julho de 2009, à distância que nos encontramos, tenho a certeza que quando lá chegar não estarei em termos pessoais satisfeito – esta é a minha maneira de estar e ser – pois ambiciono sempre mais. Há uma garantia que deixo aos sócios, não sou, nem serei, o eterno dono da cadeira, estou e estarei até quando eles quiserem, no entanto, jamais deixarei de defender os princípios de estabilidade e as garantias de continuidade deste ou de outro projecto que sinta salvaguardarem os superiores interesses do SCL Marrazes, mesmo que tenha de tomar medidas impopulares, não vacilarei em defender esses interesses. Por outro lado, também tenho consciência de que com o desenvolvimento e visibilidade do clube a cobiça pelo lugar vai ser imensa e intensa, outras ideias vão aparecer, outras pessoas vão surgir, chuvas de críticas poderão, eventualmente, cair em cima de mim, estarei sujeito a actos desleais, mas, no fim, quando chegar o momento sairei, sem que seja necessário empurrarem-me. Saberei sair feliz e de consciência tranquila com espírito de dever cumprido.
SCLMJ Coincidência ou não, a presença do Presidente no banco de suplentes nos últimos jogos da equipa sénior na Divisão de Honra foi simultânea com a recuperação da equipa e respectiva obtenção da permanência. As más-línguas falam de promiscuidade entre si e a arbitragem e a própria AFL. Como reage a este tipo de declarações?
CV Sinceramente acho tudo isso são manobras de diversão – “fait divers” – onde se fala demais, daquilo que não se sabe e não é verdade, depois, inventam-se histórias sem fundamento absolutamente nenhum. Habitualmente, este tipo de boatos, surgem daqueles que por razões de insucesso pessoal ou colectivo imputam responsabilidades aos outros de forma ignóbil. Calhou-me a mim ou a nós. Quem me conhece sabe que não sou pessoa de promiscuidades, sabe que sou pessoa que cumpre regras e dá a razão a quem a tem. A forma íntegra de estar na vida aprendia-a neste clube, actuo e actuarei sempre na base do princípio do respeito mútuo e bom senso. O presidente do SCL Marrazes, como qualquer outro presidente de um outro clube qualquer tem acesso ao banco de suplentes, portanto, não vejo porque não podia ou posso lá estar. O mérito da manutenção e o sucesso nos resultados desportivos de que tanto se falou e fala deve-se única e exclusivamente ao empenho, vontade e crer dos jogadores do SCL Marrazes. Eles, para mim, foram excepcionais, hoje são cada vez mais especiais, são únicos e vai ser por essa mesma razão que, nesta época que vai começar, vão calar muita gente. Embora não tendo nada a provar a quem acredita neles, sem pressões, com tranquilidade, no final da próxima época colaremos o dedo indicador junto ao nariz. Para finalizar, acho que é um assunto a enviar para o arquivo, as más-línguas, em termos pessoais, têm para mim um efeito inócuo, pois costumo dizer que o SCL Marrazes é grande demais para se preocupar com coisas menores.
SCLMJ O SCL Marrazes é e será indissociável da sua vida. Sem hiperbolizar, já é uma personalidade incontornável da história do clube. Com tudo isto, que significado tem para si o SCL Marrazes?
CV Marrazes é um clube de gerações. Nós somos mais uma geração deste mítico clube, e nesta geração à qual eu pertenço quero e desejo que ela se sinta eternamente orgulhosa de mim. Do grupo de irredutíveis do passado, absorvi a mística do ser irredutível no presente. Hoje, orgulhosamente, transmitirei ao meu filho a nossa irredutível maneira de estar e ser, para com ele no futuro a senda continuar. Nós somos simplesmente e orgulhosamente Marrazes.
4 comentários:
Sinceramente ainda não conhecia bem o nosso presidente, a entrevista é pura e simplesmente soberba, assim como soberbo são as ideias e maneira de estar deste grande homem.
Parabens a todos os Marrazenses
Bem dito sejas Carlos Valente
Muitos Parabens a todos
António Oliveira
Grande senhor
Parabéns
senhor presidente espero que estas suas palavras não passem sómente daquilo que realmente são!!!palavras.
admiro a sua coragem mas com algum staff que tem não acredito que tudo se realize como deseja.
Orgulho-me de te ter como amigo e acredita que tenho muito receio que um dia venhas a ser traído por algumas pessoas que te rodeiam.
Sabes que podes contar comigo nas horas boas e nas horas más.
Conhecer como te conheço sei que não te vais deixar abater, mas tem cuidado companheiro.
Ao correres com gente cheia de vicios estás exposto a traições e tu não mereces ser traído porque és puro.
Força Carlos
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