terça-feira, 8 de abril de 2008

Agostinho Oliveira propõe reestruturação profunda nos quadros competitivos das camadas jovens

O coordenador das selecções jovens da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Agostinho Oliveira, propõe "alterações" aos quadros competitivos dos campeonatos de juniores e juvenis para reforçar a qualidade dos jogadores e das selecções. Apesar de aprovado desde 2001, o modelo organizativo do campeonato de juniores carece de "pequenas alterações" para satisfazer "a preocupação com o futuro das selecções nacionais", sublinhou Agostinho Oliveira, em entrevista à agência “Lusa”. "A nossa ideia é fazer com que este espaço seja a montra de amostragem do nosso jogador, na passagem do futebol júnior para o sénior", frisou Agostinho Oliveira, frisando que as ligeiras modificações, na segunda fase da competição de juniores, visam "remediar a ausência de equipas B com um "play-off" forte de oito equipas". Assim, a primeira divisão de juniores continuará a ser disputada em duas séries - Norte e Sul - com 12 equipas cada, em vez das actuais 16. As quatro equipas mais bem classificadas de cada uma das séries jogarão um "play-off", a oito, para apuramento do campeão. Segundo o técnico, as associações distritais já foram ouvidas e serão "a seu tempo colocadas à Assembleia-Geral" da FPF e a reestruturação será aplicada na época seguinte à aprovação. Após a decisão, "tudo aquilo que tem a ver com o futuro competitivo do futebol nacional, das selecções, principalmente das mais jovens, está, em grande parte, ligado a estas alterações", sublinhou. Segundo Agostinho Oliveira, este quadro competitivo serviria para "evidenciar a qualidade do jogador nacional" e seria uma forma de "atacar" onde sente que "há mais fragilidades". Aquele responsável reconhece que em iniciados a "redistribuição geográfica implica uma maior proximidade e competitividade", e o escalão de juvenis, também com novo quadro competitivo aprovado, mas não concretizado, será a "grande aposta", para manter a rotina competitiva. Mediante a actual "situação sócio-económica", o coordenador considera "uma realidade evidente" a localização do "lote de equipas da primeira e segunda divisões nacionais" de juvenis. "Temos de evidenciar a competitividade onde ela está, isto pode ser um discurso mais negativo para as pessoas que vivem no interior e não têm possibilidades, mas esta é a nossa realidade actual e é com ela que temos de conviver", fundamentou Agostinho Oliveira, destacando o "beneficio" de "ordem competitiva" a nível nacional e internacional. "Este quadro competitivo está aprovado desde 2001, mas devido à falta de suporte económico e ao número de árbitros não pôde ser criada uma II divisão", salientou. A proposta para a primeira divisão de juvenis contempla um modelo semelhante aos juniores, com duas séries - Norte e Sul - com dezasseis equipas cada, em vez das actuais quatro com 12 clubes, às quais ascendem, inicialmente, apenas os seis primeiros classificados da divisão secundária e posteriormente os oito primeiros. Agostinho Oliveira reitera a necessidade de ser criada a II divisão de juvenis, sugerindo que seja disputada a quatro séries com 14 clubes cada, entre as 22 associações do continente e regiões autónomas. "Se não for trabalhado convenientemente, está a retirar e a fragilizar a oportunidade de podermos dar continuidade a uma sequência competitiva nos sub-18 e sub-19. Ao não termos um escalão sub-17, este espaço é inclinado no sentido da fragilidade competitiva que o jogador só volta a recuperar nos sub-19", explicou. No entanto, Agostinho Oliveira salvaguarda que a "revitalização não passa, logicamente, só pelos quadros competitivos", mas também pela implementação de uma "bíblia de interesse", para promover elos de ligação e comunicação entre todos os agentes envolvidos no futebol de formação. "O documento orientador juntamente com a alteração aos quadros competitivos, com uma maior sequência de prospecção em todo o país, uma observação mais dimensionada para os nossos jovens e para os filhos de pais portugueses a actuar no estrangeiro, aumentam as possibilidades", destacou. O técnico admite a possibilidade de discutir futuramente", com as associações e clubes, "acções que auxiliem na limitação da entrada de jogadores estrangeiros em Portugal".

3 comentários:

Anónimo disse...

Mais um atentado contra os médios/pequenos clubes:
- CNJúniores: redução de 16 para 12 equipas em cada Zona, o que equivale a, por via administrativa, mandar 8 clubes (4 + 4) para a 2ª Divisão
- CNJuvenis:
1. acréscimo de despesas de deslocação das equipas que deixam de estar divididas em 4 zonas para passar a 2 em todo o território nacional e ilhas;
2.diminuição do nº de clubes na 1ª Divisão, passando dos actuais 48 (4x12) para 32 (16 + 16)

FRONTALMENTE CONTRA!!!!!!!!

Anónimo disse...

O mais grave é que parece-me que o numero de jogos ainda fica mais reduzido e se em fevereiro acabou o campeonato para muitas equipas assim vai ainda acabar mais cedo.Protecção aos grandes, sim senhor.

Anónimo disse...

Muito bom este "post".
Na minha opinião existem outros problemas bem mais graves e que podiam contribuir ,caso fossem reolvidos, para uma maior competitividade das nossas selecções.Sim selecções porque essa é a unica preocupação deste senhor.Que se lixem os clubes e os miudos.Devia era preocupar-se com o facto de haver campeonatos que acabam em fevereiro como diz no anterior comentário.Esse tipo de preocupação já não lhe interessa muito porque assim tem mais tempo para ter os jogadores com ele não ficando os clubes muito zangados com isso.Mais engraçado é o problema dos estrangeiros: "depois pensa-se nisso".Porque será? Se calhar porque os unicos clubes com estrangeiros importados são os grandes de Lisboa e com esses não me posso meter.